Em entrevista ao The National da CBC durante sua passagem por Surrey no começo do ano, Shania Twain falou sobre completar 50 anos, sobre sua nova e bem sucedida turnê “Rock This Country” e sobre seu novo álbum. Confiram:
Transcrição:
Tem sido um retorno triunfante para Shania Twain nesse verão, se apresentando em arenas lotadas pela América do Norte, incluindo aqui e Vancouver. Mas no dia anterior àquele show, numa escola elementar nas imediações de Surrey houve um lado diferente da superestrela.
Ela estava aqui para a anunciar a quinta inauguração de sua fundação, Shania Kids Can, que ajuda crianças as quais ela qualifica como desfavorecidas, uma causa a qual prometeu a si mesma a muito tempo atrás.
“Eu tinha essa determinação, eu sempre me fervi com essa determinação, se eu conseguir sair desse modo de sobrevivência, eu vou sair por ai e pegar todas as famílias que sei que precisam e vou abastecê-las para todo o inverno.”
Crescer na pobreza é agora parte da história de Shania Twain. De Timmins, Ontário para o topo da música mundial. Começando nos anos 90, suas músicas estavam em todos os lugares. Havia prêmios Grammy, turnês esgotadas. Conversando com ela em Surrey, você pode ver um lado diferente da Shania, uma mulher que diz que depois de todos esses anos, ainda não se sente confortável no palco.
“Sabe, eu tenho muitas inseguranças que eu tenho desde a minha infância, elas ainda existem, ainda sou a mesma pessoa, elas ainda se mantém. Não há como dizer que o sucesso acabou com minhas inseguranças, ainda sou quem eu sou. Sabe, ter dinheiro não resolve tudo, isso é fato!”
“Eu realmente aprendi como controlar minha vergonha, estou menos apreensiva. Com a experiência, eu aprendi que você tem que tomar a decisão e fazer isso ou simplesmente não fazer.”
Muitos sonham em estar em um palco e olhar em volta para 50 ou 80 mil pessoas, o que isso significa pra você, lutando pela auto-estima?
“Bem, eu me aterrorizo no momento de entrar no palco, eu sempre sinto que o medo está ali, depois que eu já estou lá, estou bem. Sabe, estou com todo mundo naquele momento, estamos todos juntos. Eu não sinto aquela ansiedade quando estou com todo mundo. Se eu tivesse na cabeça que eu teria que subir a um palco, eu me aterrorizaria, não conseguiria fazer isso. Todos na plateia são meu foco e isso neutraliza tudo por alguma razão.”
Nos últimos dois anos seus problemas para subir ao palco foram agravados. Seu marido Mutt Lange, que também produziu e co-escrever seus maiores hits, a trocou por sua melhor amiga em 2007. Devastada, ela desapareceu dos palcos, perdeu a voz e se perguntou se alguma vez iria se apresentar de novo.
Mas agora, Shania está de volta! Sua primeira turnê em mais de uma década. Reenergizada, e recasada com o ex marido da ex amiga, sua vida pessoal e profissional parecem recarregadas, bem a tempo para seu marcante aniversário.
“50 anos é significante pra todo mundo. Talvez eu esteja sentindo que, talvez a pressão social sobre esse número não signifique muito coisa.”
Eu disse isso a mim mesmo quando fiz 50 anos e fiz de conta que não importava, mas importa,você tem que ser honesta sobre isso.
“Estou abraçando isso. Isso pode parecer comum, todo mundo diz isso, mas eu realmente sinto que aprendi coisas que eu não tinha há cinco atrás. Trabalhei muito duro pra ter minha voz de volta, trabalhei muito na minha auto-confiança, trabalhei duro em relaxar e aproveitar minha vida. Então, o tempo pode parecer irônico a me tornar uma cinquentona, mas eu me sinto que estarei melhor mentalmente, emocionalmente, fisicamente, não sei, mas tudo vai se juntar nesse momento.”
Algumas pessoas comemoram os 50 comprando carros esportivos. Como a superestrela country que você é, tem algo que você queira comprar que queira te distrair dos 50, como você lhe dá com esse grande número?
“Nunca pensei em nada que eu pudesse comprar. Mas sabe, meus 50 anos não é só a data, é o ano todo. Estou fazendo do ano todo um evento pra mim, tudo o que eu puder fazer nesse ano. Estou focando mais em mim mesma, eu amo cavalos, preciso trazê-los de volta a minha rotina. Eu amo meu filho e posso ter tudo organizando minha agenda entre ser dona de casa e ser bem sucedida. Eu amo ser um profissional bem sucedida e ser mãe sem ter que deixar as coisas pra outra pessoa. É ótimo! Parece que estou tendo tudo!”
Ter tudo não significa apenas viajar pelo Canadá e Estados Unidos, mas dar os toques finais ao seu primeiro álbum de estúdio em 13 anos, por sua conta, sem seu ex-marido.
“Soa muito diferente. Talvez as pessoas que são fãs da minha música não estejam preparadas pra isso. É muito diferente. Ainda é eu, ainda é minha voz, ainda são minhas emoções, minhas expressões. Mas liricamente, há mais emoção ali. Sabe, as músicas que gravei até agora, todos os hits até agora, foquei mais no lado divertido e otimista do meu pensamento. A nova música é mais um otimismo de um sobrevivente. É assim que eu a resumo.”
