Há trinta anos atrás, em um estúdio em uma área de Nashville, uma mulher de 20 anos estava interpretando algumas músicas para uma gravação demo que seu empresário usaria para apresentar a sua artista às gravadoras.

Ela gravou sete canções no outono de 1985 para os produtores Cyril Rawson e Tony Migliore. As canções eram co-escritas por Rawson de Peterborough, na época com 38 anos, junto com o músico e escritor Barry Haggarty em três, duas com o escritor de Nashville Don King e outras duas com John Gully, um escritor e músico canadense.

A demo era um mix de rock, para satisfazer o desejo dela de fazer rock and roll, com notas de country.

Aquelas sete músicas nunca foram tocadas publicamente, mas ficaram enterradas nas centenas de canções que Rawson escreveu ao longo das décadas. A voz nelas certamente foi para coisas maiores, inclusive, vendendo mais de 85 milhões de cópias. A cantora era Shania Twain.

Rawson e Migliore, um músico de Nashville que tinham seu próprio estúdio, nunca dividiram as canções com ninguém e não o farão, a menos é claro, que Shania, quem eles conhecem por Eilleen Twain, queira tirar a poeira delas e fazer uma gravação “Eilleen Antes de Ser Shania” (minha sugestão, não deles).

As memórias são obscuras mas as canções secretas de Shania são claras e estão em boa forma. Conseguimos ouvir todas as sete canções gravadas enquanto elas tem um certo clima dos anos 80, muitas delas serviriam hoje em dia.

Rawson, Migliore, Chuck Haines, Dave Heironymus e a empresária de Eilleen na época, Mary Bailey, que também foi uma artista que Migliore gravou, com a North Word Music como publicitária das canções. Migliore e Rawson ainda tem o contrato e os recibos de pagamento.

Rawson conheceu Bailey através de Migliore. Ela tinha feito gravações para a Cardinal Records no Chelsea Studio em Brentwood, Tennessee perto de Nashville, onde Migiliore trabalhava (agora ele é dono de lá).

O música e compositor Rawson e sua esposa Eileen mudaram-se de Dallas para Nashville em 1979 antes de retornarem a Peteborough onde continuaram voltando a cada seis semanas a Nashville para escrever e produzir canções.

“Mary (Bailey) me chamou um dia e me perguntou se eu gostaria de ajudá-la com uma cantora nova no Canadá que ela realmente se impressionava e gostaria de agenciar,” lembra Rawson.

Twain já cantava desde os oito anos em Timmins, principalmente para conseguir alguns dólares para sua família durante alguns problemas financeiros. Bailey a viu anos depois se apresentando em Sudbury já adolescente cantando algumas canções country, reconhecendo seu talento astronômico e eventualmente se tornou sua empresária.

Bailey trouxe Twain a Peterborough quando Rawson e sua mulher Eileen estavam morando em Lee St. na divisa do norte da cidade, onde Rawson tinha um estúdio com pequenas quatro pistas em um cômodo extra.

A jovem cantora teve um carinho imediato por Eileen e o cachorro deles, enquanto ouvia as canções que Cyril tinha escrito ou co-escrita pra ver se gostava de alguma. E ela gostou.

“Durante a estada delas, que deve ter durado um dia ou dois, você tem que se lembrar que foram a 30 anos atrás, decidimos ir à Nashville em uma das minhas viagens pra lá. Haviam algumas canções que elas gostaram que achamos que daria certo em uma demo.”

No outono daquele ano, Twain e Rawson dirigiram a Nashville.

Quando elas chegaram lá, elas ficaram na casa de Migliore por cerca de 20 minutos de estúdio.

“Nós dirigiríamos ao estúdio todos os dias. Eu estava orgulhando em outros projetos também. Ela decidiu que faria os vocais para as canções que escolhemos. Havia muitos mixes pra fazer então, Shania iria até o Tony, onde ela estava sempre fazendo anotações, escrevendo as letras mas não tocando nenhum instrumento.”

A cantora Kelita Haverland estava gravando uma das canções de Rawson, “Too Hot To Handle“, então Twain fez os “backing-vocals” (mais tarde se tornou um hit no Canadá).

Bailey estava pagando os custos de Twain. Rawson, Migliore e os donos do estúdio Chuck Haines e Dave Heironymus foram de encontro com seu talento, tempo e custos.

“Era só um projeto. Não estávamos ganhando dinheiro. Estávamos fazendo tudo por especulação, certamente esperando que viesse algo com isso, mas ninguém foi pago além dos músicos no estúdio.”

Eles não tinham perspectivas nem expectativas. Twain estava ansiosa para trabalhar no estúdio e tinha uma voz forte, mas parecia querer ir em uma direção. Seu cabelo era crespo, na altura dos ombros e ela geralmente vestia um suéter de lã ou blusa com jeans. Ela queria cantar rock and roll, já que tinha sido cantora em algumas bandas de rock em Ontário no passado.

“Eu estava fazendo meus trabalhos de seis semanas, trabalhando com outros artistas, compondo algumas canções e esse era um dos meus projetos. Mary era demais pra ela. Shania não era parecia tão exótica naquela época, mas nenhum de nós achávamos que era se tornaria uma estrela ou qualquer coisa. Estávamos apenas fazendo um projeto. Eu não acho que as canções ficaram agressivas quando terminamos. Nenhum de nós estava realmente conectado, embora achássemos que estávamos.”

Bailey voltou para o Canadá depois de uma semana. Twain e Rawson ficaram pra trás por algumas semanas antes de Rawson dirigir de volta pra casa e Twain pegar seu voo.

Nada aconteceu com as canções.

“Eu vi Shania talvez duas vezes durante a noite do CCMA em Ottawa muitos anos depois e em uma convenção de música em Nashville no começo dos anos 90. Conversamos um pouco. Eu me lembro de dizer a ela que a hora dela estava chegando. Não tenho certeza se realmente sabia disso, mas eu estava ouvindo coisas boas.”

Aquelas coisas boas não aconteceram até que ela começasse a compor com seu futuro marido, compositor e produtor Mutt Lange, que produziu seu segundo álbum “The Woman In Me” (seu primeiro álbum, depois de mudar seu nome para Shania, não foi um sucesso financeiro).

“Eu consigo me lembrar de ouvir seu primeiro grande hit, “Whose Bed Have Your Boots Been Under? (1995)”. Eu acho que Eileen e eu estávamos assistindo a um vídeo dela na TV. Eileen sempre gostou dela e achou ótimo.”

Ela certamente mudou sua aparência nos vídeos com um cabelo maior e mais escuro, muitos tops, e mais maquiagem. Mas, ela estava com 30, uma mulher madura e outro “sucesso da noite pro dia” depois de 22 anos tentando. Ela não tinha mais sua empresária Bailey que tinha passado anos a promovendo.

Quanto as sete canções secretas de Shania, elas estão a salvo com Rawson. Ele não deixo muitas pessoas as ouvirem, muito raramente ouve e nem olha as fotos de quando a agora-superestrela visitou sua sala em Lee Street ou no estúdio em Nashville.

Há cerca de 15 anos atrás, ele e Migliore tentaram comercializá-las à gravadora Mercury, com a qual Twain estava. De início houve um interesse mas não foi pra frente. Eles certamente não tirariam qualquer vantagem da estrela sem sua permissão.

Eles guardam as canções secretas de Shania Twain e mais memórias de carreiras afeiçoadas com o garoto que escreveu centenas de canções com, e para, grandes estrelas como Reba McEntire, Anne Murray, Allan Jackson, Lorrie Morgan, Gretchen Wilson e Keith Urban.

Talvez um dos membros do marketing de Twain pensem que um CD “Eilleen antes de Shania” possa funcionar e agora a multi-milionária superestrela, ou um de seus agentes, ligarão. A música dos demos ainda são ótimas, os músicos todos profissionais de Nashville. A voz é obviamente de Shania Twain, embora em uma alta oitava que algumas já ouviram dela.

Depois de ouvir as músicas e a voz de uma das mais bem sucedidas estrelas do Canadá e do mundo, é um pouco vergonhoso que algumas pessoas nunca tenha as ouvido. Apesar de tudo, elas são parte da história e do passado da estrela, nunca disponibilizado ao adorável público.

As canções gravadas pela cantora, então conhecida como Eilleen Twain em 1985 incluem:

• “You’re All I Need For This Heartache“, escrita por by Cyril Rawson e com o escritor de Nashville Don King em Julho de 1985.

• “Act of the Heart“, escrita por Rawson e Barry Haggarty em Fevereiro, 1985

• “Prisoner in the Love Zone“, escrita por Haggarty e Rawson em 1985

• “Second Opinion“, escrita por Haggarty and Rawson em 22 de Fevereiro de 1985

• “Just Another Song on the Radio” escrita pelo compositor canadense John Gully e Rawson em Abril de 1985

• “Breaking All The Rules” escrita por Rawson e Gully em 5 de Julho de 1985

• “You Caught Me In The Act Of Loving You“, escrita por Don King e Rawson em 3 de Julho de 1985.

 

Artigo por: Ed Arnold, Peterborough Examiner

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